TODAS RAINHAS E SÓ UM REIS

TODAS RAINHAS E SÓ UM REIS
Ellen, Rosy, Carolina, Anésia e GR

domingo, julho 02, 2006

Tive o prazer em receber no meu programa Sem Fronteiras de todos os sábados à noite na Rádio Gaúcha, o Engenheiro de Comunicações, Vitor Dham.Tenho a honra de sua sintonia obrigatória em todos os fins de semana.Foi, desta maneira, o rádio e depois a Internet, que nos aproximou, ao ponto de hoje eu poder dizer de que somos bons amigos na base do imeil vai, imeial vêm. Vitor Dham é atento a tudo e o tango não foge às suas preferências musicais. É dele a iníciativa do texto abaixo, que certamente, atrairá os leitores do meu blog.
Agradeço esta sua gentileza, bem assim como os PPS, Fotos e Informações Gerais que me envia.

UMA BREVE HISTÓRIA DO TANGO
Transcrito baseado num texto de uma revista no restaurante Tancat de Buenos Aires.
Não há noite em Buenos Aires que não se dance o tango. De 2ª a 2ª feira sempre em algum lugar da cidade sempre ouve-se soar uma melodia com ritmo 2 por 4 enquanto que 2 bailarinos entrelaçam seus corpos. Podemos dizer que existem tantas formas de abordar o tema tango como são as noites portenhas.Desde pistas de milongas até espetáculos de primeiro nível com bailarinos amadores e profissionais sempre dispostos a encarar os passo complexos da dança e também a ensinar seus segredos desta coreografia popular que cresceu e se alimentou da história de Buenos Aires.
O tango nasceu nas margens dos rios e orlas dos cais da cidade de Buenos Aires, num faixa de casarios marginais junto ao porto no fim do século XIX, efervescente de uma mistura de imigrantes recém desembarcados dos navios, vivendo numa região tipicamente portuária.
No começo a dança, tango, era uma coisa de homens. Entre eles dançavam como uma continuação de suas brigas e atritos de "cocheira" e assim solucionando as diferenças. Com este carimbo particular, o tango na origem era rechaçado pelos círculos sociais mais prestigiados. Consideravam uma dança proibida.
Mas a marginalização perdurou até que as mulheres entraram nas pistas e sua presença deu ao tango a categoria de dança sensual e passional o que selou definitivamente seu estilo.
A origem do tango como dança se amparou no Candoble, ao ritmo de tambores que percutiam os escravos negros que chegavam da África. Alguns passos dos dançarinos se detectam a influência dos ritmos da habanera cubana.
A dança basicamente é sintetizada em quatro passos.
O homem sempre começa a dança com o pé esquerdo. A mulher se comporta como o reflexo de um espelho, com o pé direito. O homem é quem sempre tem a iniciativa do controle da dança. Os contatos com sua parceira é feito no enlace a cintura e toques firmes das mãos. O segredo das técnicas individuais se aprimoram com a sedução, com longos abraços dos bailarinos. Os torsos e as cabeças permanecem juntas enquanto as pernas projetam figuras no chão.
Os movimentos sempre acompanham a melodia e no mesmo ritmo como é feito com as outras danças. A direção dos giros sempre segue o sentido dos ponteiros do relógio.
Os bailes tangueiros atuais, seguem os mesmos moldes de décadas atrás. Esta forma de dança é hoje conhecida como tango de salão.
Esta forma de viver o tango sofreu um impasse na década de sessenta quando as orquestras tradicionais cederam os estrados à músicos como Astor Piazzola.
Até àquele momento o tango havia tido outras figuras. Entre elas se sobressaiu, sem dúvida, Carlos Gardel. Uma década depois de sua morte, surgiram os grandes poetas das letras tangueiras; Enrique Santos Discépolo descreveu o caos social em sua "Cambalache" um tango que parece descrever as idiossincrasias argentinas.
Nas listas das grandes letras musicadas dessa época também figura Homero Mariz. As orquestras que mais se destacaram na época, e que incorporaram os novos conteúdos de letras tangueiras destacou-se a de Anibal Troilo e Osvaldo Pugliese.
Foi nos fins dos anos 80 que se produziu uma reavaliação destes conjuntos musicais e com elas atiçou o furor pelo tango por parte da juventude Argentina o que acabou jogando literalmente nas pistas. Dez anos depois, o tango floresceu em nível internacional. Sem dúvida o êxito das companhias de dança argentinas em seus giros internacionais ajudaram este ressurgir Com o conteúdo tangueiro ocorreu algo parecido. As letras do tango que colocavam as mulheres no centro da cena, voltaram a serem revalorizadas com a chegada da jovem guarda que aprendeu com os grandes intérpretes como Roberto Goyeneche. A melancolia da "dor do cotidiano" ou a triste previsão que anuncia e afirma que " o hoje reproduz o meu passado" fazem ecos nos roqueiros, que começaram também a gravar tangos.
O resultado desta fusão refletiu-se nestes tempos em várias bandas de músicos jovens tradicionais com os seus instrumentos eletrônicos, interpretando tango. Entre as novas figuras tangueiras, com a sua voz rouca, destaca-se Adriana Varela e a excelência musical de Rodolfo Medeiros. Se o que se quer ouvir são boas orquestras a recomendação aponta a El Arranque ou a pequena orquestra Reincidentes.
Todas estas correntes confluem simultaneamente nas noites de Buenos Aires a cidade que também tem o seu próprio Campeonato Internacional do Tango, ( de 17 à 27 de agosto de 2006,
http://www.mundialdetango.com.ar/index2.php) um evento que congregam dançarinos de todo o mundo Lá se observa os "cortes" e "requebros" com diversas nuances. Uma paixão tangueira é que faz com que este evento seja algo singular e inigualável, não importando de que país se chegue.

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