TODAS RAINHAS E SÓ UM REIS

TODAS RAINHAS E SÓ UM REIS
Ellen, Rosy, Carolina, Anésia e GR

sábado, abril 29, 2006

NOCHES DE BUENOS AIRES


Foram momentos maravilhosos que passamos em Buenos Aires, eu e minha esposa, Anésia, os compadres, Guilherme Braga (cantor) e sua esposa (falecida), Ambrosina. Lembro bem que meu sonho era ver e ouvir a orquestra de meu maestro preferido, Horácio Salgán e o meu cantor nº 1, Roberto Goyeneche.Era temporada de verão. Os grandes nomes do tango vão para Mar del Plata.. Então fomos conhecer El Viejo Almacén e aplaudir o mais eclético dos cantores, Edmundo Rivero, por sinal o dono da famosa casa de tangos. Ingressos, mesa e janta combinados. Era chegada a hora do show e a ansiedade de ver por primeira vez, El Feo, apelido de Rivero, era enorme. Mas aí veio a grande decepção... Era folga dele e eu me ataquei dos nervos.Não havia nada que indicasse a sua ausência no show, onde ele era a grande atração. Assim, acabamos comendo gato por lebre e eu retornei ao Brasil, outra vez, sem ver Salgán, El Polaco Goyeneche y Edmunso Rivero. Foi demais!!!
Anos depois no cine Imperial em Porto Alegre, anunciavam uma temporada de tango com grandes nomes da música portenha, entre eles o de Edmundo Rivero. Oba, fui comprar rapidamente os ingressos... O nome de Rivero vinha sempre em destaque, mas na foto de promoção do grupo, eu não via a figura de Rivero.Fiquei invocado e resolvi olhar o programa do show e lá estava: Edmundo Rivero (h). Este "h" quer dizer: "hijo". Isso não pode acontecer comigo outra vez..., e em minha casa!! Botei a boca no trombone na Rádio, alertando para o engodo. Agora estou pensando ir a Buenos Aires para hablar con Salgán antes que seja tarde demais.

sexta-feira, abril 28, 2006

OS TRÊS REIS DO BOM FIM
Eu era feliz e sabia muito bem os pais que tinha. Dona CarolinaTanger dos Reis (Bagé), foi uma mãe exemplar. Ainda não me conformei com a sua ausência. Era uma bageense de personalidade e extremamente musical. Herdei dela a paixão pela música. Era uma brava. Gostava de defender os mais fracos, se duvidassem, saia no braço. Seu João dos Reis (Cachimbinhas) era um pai dedicado, amigo sem ser grudento. Extraordináriamente honesto. Um homem de palavra, de coração aberto. Se compadecia dos necessitados e não sabia dizer "não" para para quem lhe solicitasse um favor. Um generoso.Quando penso nele de imediáto às lágrimas cobrem meus olhos. Meu pai partiu (83) anos e minha mãe aos (94) anos. Tinham temperamentos bem diferentes. Viveram juntos até os momentos finais de suas vidas. Acho bom parar por aqui, porque a saudade e emoção começam a fazer com que meu coração começe a disparar.
DONA CAROLINA E SEU JOÃO MINHAS ETERNAS SAUDADES
DARCY FAGUNDES NO GRANDE RODEIO
Um registro de saudade marca o instante em que eu entregava o troféu de melhor apresentador de programas gauchescos a Darcy Fagundes, que tinha como companheiro de palco, Luiz Menezes.

O troféu foi uma homenagem da Revista TV, idealizada por José Braz de Oliveira, para destacar
as atuações dos radialistas durante o ano.
O programa Grande Rodeio Coringa, de todos os domingos à noite, batia todos os recordes de audiência, assombrando as emissoras de todo o Brasil. Quase cem por cento! Um fenomeno até hoje insuperável. A fórmula era simples: todos pilchados, um animador e declamador (Darcy), o parceiro, poeta, músico e cantor (Luiz); concurso de trovas, gaiteiros, calouros e os artistas consagrados da música regional. Desde cedo, uma multidão fazia volta na quadra para assistir o programa no auditório na rua Siqueira Campos.

terça-feira, abril 25, 2006

ESPERANDO NOEL
Com este meu Blog, pretendo revelar alguma das melhores experiências porque passei, nesta longa caminhada de minha vida como homem de Rádio e Televisão.
Foram-se os tempos de estudos, balconista no Mercado Público, funcionário do Deal, vendedor de porta-em-porta, represente comercial, proprietário de bar noturno, Choppança e promissor aluno da arte de representar.
Fui nadador medalista, fiz teatro amador, atleta amador do Grêmio, auxiliar de Foguinho na categoria de base do nosso Grêmio, onde aprendi tudo o que penso saber em materia de futebol. Foguinho (Osvaldo Rolla, foi meu mestre e ídolo), inesquecível, com quem tive momentos gratificantes, vivos até hoje em minha memória e coração.
Comunicador, especialização que escolhi desde guri, muito
me orgulha. Creio já ter falado sobre isto em outro post. Tenho uma família que só me dá felicidade e uma paixão pelo meu trabalho, doentia. Para concluir: só peço a Deus, que deixe a vida me levar enquanto eu puder falar, pensar e andar. pensar e falar.

NADA É MAIS REAL DO QUE TUDO AQUILO QUE EU CONTO E ESCREVO AQUI. PODE CRER!

quinta-feira, abril 20, 2006

Na antiga TV Piratini (Associada), eu tinha um programa batizado como "Enquanto Roda o Disco".
Nele, eu fazia cada louuucura, que hoje me arrepio todo ao lembrar. Eu era o balconista-disc-jockey e apresentava as novidades, mostrando as capas dos LPs e fazendo meus comentários. Houve um dia em que destaquei o Lp de Cely Campelo, cujo sucesso era "Banho de Lua". A camera abre na foto de Cely, que era uma bonequinha. Ouve-se a voz da cantora e mas quem aparece sou eu, vestido de mulher, com cabelos longos, baton nos lábios, sobrancelhas exageradamente marcadas e tudo mais, dublando e imitando grosseiramente a cantora. Um escandalo de mulher. Mas meus colegas, no estúdio, se mijavam de tanto rir das minhas palhaçadas. Hoje acho que nasci palhaço e poderia fazer parte do grupo do Didi ou do saudoso Carequinha.

quarta-feira, abril 19, 2006

TV EM P&B
Estamos nos anos 60. A Televisão Gaúcha, Canal 12 me contrata para animar o programa GR-Show de todos os sábado das 14 às 18h, ao vivo, com os valores locais e com uma grande atração a cada fim de semana. Foi um milagre! Auditório lotado completamente. A direção da estação resolveu abrir as
grandes portas que davam acesso ao prédio, afim de atender os clamores da multidão que não consegui lugar. Até um grande monitor foi colocado na parte externa do prédio para que, o povo na rua, pudesse acompanhar as atrações.Todos os grandes nomes da música marcaram presença no programa. Um sucesso, realmente! Uma de minhas decisões, foi formar um grupo instrumental para animar o show. Seleção de músicos realizada, o Conjunto GR-Show ficou assim, conforme a foto: Vinícius (bat) - Mário Tonti (p) - Valdomiro (bx) - Clayton (g/voz) - Hélio (tb) - Ramiro (t) - Samir (s) e Carlos Augsto (voz).
Foi tamanho o sucesso da rapaziada, que não havia data vaga para atender os convites de bailes das sociedades locais. e do interior. Uma grande gravadora de São Paulo, tentou contratar o GR-Show para a gravar um Lp só com sucessos internacionais. Era o reconhecimento do grupo ultrapassando as fronteiras do Rio Grande. Deixou saudade junto as gurias, principalmente.

FOI O TEMPO DA PRODUÇÃO LOCAL SEM AS REDES.

terça-feira, abril 18, 2006

CENA PATÉTICA
Disc-jockey cruxificado solenemente na prateleira de discos da discotéca da Rádio Farroupilha.
Foi o castigo que o ele mesmo preferiu, desencarnar no Monte dos Discos. Não abriu mão dessa decisão, nem por ouro e nem por prata. A foto correu tôdas as provincias e foi chegar as mãos do "senhor" que achou uma montagem sem originalidade, um grosseiro plágio do irreverante jovem.
O público adorouuuu, chamando de lindooooo o disc-jockey da PRH-2. Uma loucuuuura
!
ROBERTO CARLOS
O rei da jovem guarda, Roberto Carlos, adentrou com seu Calambeque no Estádio dos Eucaliptos, à rua Silveiro e fez o imenso público presente delirar com suas canções. Lembro-me bem... era tanta gente jovem, que sómente um campo de futebol como o do Inter, seria possivel realizar aquele show eletrizante. A foto diz que eu estava lá de microfone na mão, batendo "uma caixa" com a magestade do rock brasileiro. Lembro bem que o Ayrton dos Anjos, o Patineti, cedeu o seu Fusca Azul todo "envenenado"para que Roberto Carlos circulasse por Porto Alegre com sua pequena comitiva feminina. Foi o início de uma carreira sem igual no mundo da música brasileira, que se alastra até os dias de hoje através de seus súditos, cada vez mais fieis a seu REI. A fama do garotão "papo firme" recém começava a mostrar o sucesso que aquele cara seria. Pasmem, ainda hoje é assim.
VIVA O REI!
GESSY LIMA, O CRAQUE
Renato Cardoso, então diretor da TV Pitatini me transformou no primeiro repórter esportiva de televisão no Rio Grande do Sul. Reparem o tamanhão do microfone. Gessy era o meu entrevistado e o maior craque da posição até os dias de hoje, num julgamento todo pessoal. Era dia de Gre-Nal.

Reparem na foto, que o estádio não estava concluído e ainda não existia a parte superior, inclusive,
nem se chamava de Olímpico.
Na TV Piratini, eu tinha um uma lojinha de discos onde fazia o meu programa, Falando de Discos. Um disc-jockey meio aloprado que dublava os cantores e fazia palhaçadas. Mas também tinha coisa séria, os momentos com convidados ao vivo. Como associado que eu era, trabalhava na Rádio Farroupilha, onde animava aos domingos, após os jogos de futebol, o programa Rádio Baile Mesbla, "danse e não se canse", das 18h às 19h. Os ouvintes telefonavam e pediam a música que gostariam de dansar e eu atendia, depois de um papo com o ouvinte, até que o disco fosse localizado pelo auxiliar da discoteca e posto a rodar. O programa era feito diretamente da discotéca. Naquele tempo os rapazes e as gurias, faziam reunião dançantes em suas casas, daí o sucesso do programa; animava a Rádio Sequência, programa ao vivo, no auditório a Rua Siqueira Campos em frente a velha paineira, de segunda a sexta feira e um programa de estúdio de segunda a sexta-feira, tão logo terminasse mais um capitulo de novela. Têm mais: era o responsável pela discotéca e pela programação musical (discos) nos horarios em que não existiam programas ao vivo.
BONS TEMPOS AQUELES ONDE O RÁDIO ERA A NOSSA TV DE HOJE.

A partir de uma disputa entre homens e mulheres de meu círculo familiar, pela posse de meu "passe", o futebol (como na maioria da gurizada), se tornou o meu esporte preferido. Eles, querendo que eu fosse colorado (me enchiam de presentes vermelhos do Inter), elas, me fazendo carinhos, roupinhas, toquinhas, etç, com as cores do tricolor. Não preciso dizer de que os carinhos das mulheres (inclusive da mamãe Carolina), foram imbatíveis e eu cresci amando o Grêmio.
Já taludinho me associei ao clube do meu coração. Jogar de futebol nunca passou pela minha cabeça. Eu era mesmo um grande perna-de-pau. Mesmo assim, não perdia os treinos do Grêmio na velha baixada. Não tinha conciência de planos táticos, porém, já sabia distinguir o cabeça-de-bagre do bom
ou futuroso craque. Assim, os anos foram passando e eu levando minha vida entre o colegio, as "peladas" da várzea e os treinos. Fui formando meus conhecimentos, até que me vi (já arrastando as asas pro lado das gurias), na sala onde o meu ídolo Oswaldo Rolla fazia a preleição e plano tático ao seu elenco de jogadores. Foram anos de santa-aprendizagem, graças a amizade surgida,
curiosamente, com o seu Foguinho. Agradeço a ele tudo o que penso que sei e aprendi no plano tático e técnico, merecendo dele o elogio de possuir o chamado "olho clínico". Sob seu apadrinhamento, dirigi o juvenil do Grêmio em algumas partidas amistosas recebendo elogios pelas tomadas de decissões no transcorrer dos jogos. Foi uma fase linda em minha vida a descoberta de como liderar um grupo de pessoas e obter delas a confiança de suas determinações. Meu Grêmio hoje é conhecido no Universo e isto muito me orgulha e me trás recordações das mulheres que me forjaram um gremista de verdade. Não faz muito tempo, recebi homenagem do Grêmio, em que estampa minha. Apesar de "calejado", muito me emocionei e me senti honrado.
"SOU DO TEMPO EM QUE O FUTEBOL ERA CONSIDERADO UM ESPORTE E QUE OS ADVERSÁRIOS ERAM APENAS ADVERSÁRIOS E NÃO INIMIGOS".

domingo, abril 16, 2006

Foi um papo agradável com João Nogueira, que mostrou ser, não apenas, um intérprete e compositor do samba, como também, um analista e estudioso, inclusive dos angustiosos problemas sociais do Brasil. Sua parceria com o poeta Paulo César Pinheiro, resultou, positiva e belos temas
nasceram para qualificar ainda mais o gênero número um do povo brasileiro.
Lamentavelmente, JN partiu para a grande viagem sem retorno, sem ter deixado sequer gravado, ao menos, um único CD. Seus discos, na totalidade, foram lançados exclusivamente em LPs. Não seria o caso de homenageá-lo, relançando através do disquinho seus melhores trabalhos ? Seria uma boa, não ?
(N) 12/11/1941 - (M) 5/6/2000
A FALA DO CARA:
Estou realizando um antigo projeto pessoal, que é o de prestar contas (ao meu tempo) de tudo aquilo que realizei e que ficou registrado em minha memória (ainda lúcida), felizmente, antes que ela se apague. O que fiz de bom é relevante. Pensei em escrever um livro com minhas memórias, mas acabei desistinto (têm quem não concorde), porque sou uma nuvem passageira (como diz a canção de Hermes Aquino), e nada do que fiz, foi para o bem da humanidade. Mas, mesmo pensando assim, vou colocando a disposição de quem quiser, algumas recordações importantes (para mim), que me orgulham pelas pessoas que nelas estâo.
Digito este texto ao completar 50 anos de comunicação como radialista. Uma grande honra. Agradeço a todos os colegas e diretores, que entenderam meu jeito de ser e de fazer Rádio. Acima de tudo, agradeço a minha família por compreender e apoiar o filho único de seu João e de dona Carolina, cujo amor desmedido pela sua profissão fez com que todos se sentissem homenageados e orgulhosos do "Alô Mamãe"!

sexta-feira, abril 14, 2006

A Secretaria de Estado da Cultura da Cultura e o Museu de Comunicação Social Hipólito José Da Costa homenageiam, Glênio Reis. 1º de junho de 2004.

Ai está O Cara, todo sorridente. Foi uma noite especial em que me presentearam com uma lindíssima placa de prata no Dia da Imprensa.
Trata-se de um distinção que emociona. Esta homenagem por tanto, faz parte de minhas conquistas mais afetivas e não teria palavras para dizer de minha inequivoca felicidade.
Lá estava eu entre tantos colegas brilhantes, posando para a foto
que estampa esta recordação. É sempre gratificante receber o reconhecimento de colegas de imprensa. Certamente, a placa que vemos em minhas mãos, está agora, num pequeno cenário ao lado de outras que enfeitam minha carreira profissional.


Le Club, famosa casa de shows, de Salim e Fernando Vieira. trazia a Porto Alegre, o cantor nascido em Livramento/RS, Nelson Gonçalves, e o apresentava a imprensa da capital. Em meio a entrevista, sugeriram ao cantor, a gravação de um Lp exclusivamente com as melhores canções da música gaúcha, a exemplo do que Gardel fizera interpretando tangos campeiros, pilchado a maneira "gáucha". A recusa foi imediata, sob a alegação de não se tratar de um disco comercial. Que fazer? Nelson apenas nascera aqui, mas suas raízes estavam longe do Rio Grande. Foi uma decepção geral. A homenagem a "seu" povo, nunca mais! O verdadeiro nome de Nélson é Antonio Sobral Gonçalves. Nélson se deveu ao fato de ser mais artístico. (N) 1/6/1919 - (M) 18/4/1998.

O CARA:
.Sou um homem Rádio aguardando apenas a chegada da Rádio Digital para penetrar em nova era da comunicação. Orgulha-me dizer que já fiz de tudo um pouco, inclusive Televisão, no Canal 12 TV Gaúcha, em que comandava meu programa GR-Show, ao vivo, com duração de 4 horas, aos sábados a tarde. Para falar francamente, o meu mundo é a Música e a Comunicação, tendo iniciado na Rádio Difusora, passando depois para a Farroupilha e depois para a Gaúcha onde permaneço até o presente, animando meu programa, SemFronteiras, em todos os sábados das 21h35min até a zero hora. Vou adotar um nova postura profissional... Vou rasgar a máscara da timidez e vou escrever muito na primeira pessoa; revelar fatos de meu passado e de outrens, nesta minha mais recente experiência, que é este meu BLOG. Conto com sua visita e apoio. Obrigado pelo prestígio. Todos os dias espero por você aqui. Tenho a certeza de que não se arrependerá

(N) 3/10/1915 - (M) 7/8/1978

A foto registra a visita que Orlando Silva fez ao meu programa na Rádio Farroupilha. O Cantor das Multidões disse que não costumava caitituar suas gravações. Que sómente foi ao meu programa, porque lhe disseram que eu era seu admirador. Mostrei-lhe uma antiga revista em que se lia abaixo de sua foto: "Ao meu grande amigo, Glênio Reis, com amizade e todo o reconhecimento de Orlando Silva". Seguia-se a assinatura do cantor. Quando o Orlando viu a dedicatória e a sua assinatura, ficou com os olhos marejados de emoção por ter reconhecido, que a assinatura não era a sua, nem a dedicatória. Fui eu quem as falsificara há muitos anos passados, antes de sua visita ao meu programa.

Minha primeira visita a antiga Rádio Nacional do Rio de Janeiro, foi completamente acidental. Não era meu projeto naquele momento ir conhecê-la. Estava de taxi quando o motorista ligou o rádio e o locutor anunciava a atração: o programa de auditório, Manoel Barcellos, com as presenças dos maiores ídolos da música brasileira. Pedi ao motorista que ele voasse para a Nacional. Lá chegado o auditório estava apinhado. Não cabia mais ninguém. Dei uma cantada no porteiro dizendo que era do sul e que estaria regressando na manhã seguinte a Porto Alegre. Ele educadamente me fez entrar. Foi nesse dia que conheci pessoalmente, Orlando Silva. Fui tão convincente no meu blablablá com o Cantor das Multidões, que acabei sendo convidado por ele para almoçarmos juntos: Orlando, sua esposa e eu. Imaginem a minha satisfação! Orlando pediu para mim, um polvo bem caprichado com tudo mais que tinha direito o bicho feio-do-mar. Fiz um baita fiasco que até hoje morro de vergonha. Eu mordia e mordia o desgraçado do polvo e não conseguia triturar a sua carne, que mais parecia de borracha do que de peixe (prato caríssimo). Orlando volta e meia perguntava: "como é gaúcho, tá gostando?" Eu dizia que estava maravilhoso! Quando o casal conversava e se distraia, eu colocava a mão na boca, retirava o polvo e colocava nos bolsos da calça, disfarçadamente. Enchi os dois bolsos com o desgraçado do polvo.Eu não podia fazer fiasco na frente de meu ídolo, tinha de deixar o prato limpo, não deixar sobrar nada. Antes de me despedir e agradecer pelo excelente almoço, fui ao banheiro onde joguei fora o maldito do polvo (nunca mais), limpei os bolsos e retornei a mesa. Apesar deste contratempo, o almoço foi um sonho nunca imaginado: Orlando Silva, Lourdes e eu. Foi bom demaaaais!